a história

A arte de estampar é um processo de impressão que tem registro histórico datado de mais ou menos 3.000 anos antes da era cristã; esse registro é o selo real com o qual as monarquias imperiais da Ásia Menor davam valor de documento a um escrito. Também, a arte de estampar foi muito desenvolvida no Egipto usando-se tecidos que recebiam a impressão através de gravações efetuadas em placas de madeira. Em sua Língua, os gregos antigos denominavam serigrafia como serikos graphein (seda + desenho) mas não eram mestres nesta arte. Já a estampa de textos iniciou-se na China e teve um desenvolvimento artístico tão fenomenal que veio a influenciar a Europa; ainda na China, iniciou-se a utilização do tecido de seda (daí o nome silk utilizado pelos anglo-saxões quando referem-se a tal processo) para impressões múltiplas, ou em-série (no inglês: serial) de uma imagem. E no Império Romano, sabe-se pelas descobertas arqueológicas em Pompeia, utilizava-se a arte de estampar para sinalizar (no inglês: sign) publicamente um ato político ou cultural.

Eis-nos diante de um processo que já agregava dois segmentos de intervenção artesanal: a impressão artística e a comunicação visual.

Serigrafia é uma denominação técnica que vem de onde?

Sabemos que a tela de seda é a palavra-chave quando se quer nomear algo serigráfico.

Antes da questão técnica é preciso esclarecer a questão histórica. Certo? Entenda-se, pois, que a Seda é um produto da desova da Mariposa cuja postura chega a quinhentos ovos: neles são geradas minúsculas lagartas (ou, bicho-da-seda) que têm por alimentação básica a folhagem de Amoreira; quando as lagartas atingem a idade adulta deixam de alimentar-se e buscam um local para encasular, momento em que geram, ou segregam, uma substância chamada Fibroína que passa pelas glândulas em dois fios revestidos por uma outra substância proteica conhecida como Sericina. Vem daí a denominação Sericultura, iniciada com a imperatriz chinesa Hsi-Ling-Shi que reinava com Huang-Ti em 2690 aC; e só no ano 140 dC, após o matrimônio do monarca de Cottan (região de Serinda) com um princesa ocidental, é que a Sericultura notabilizou-se como riqueza comercial na Ásia, mas, com grande desenvolvimento no Japão.

Depois vêm os anglo-saxões... bom, não podemos esquecer que a História dos últimos séculos do segundo milênio do calendário cristão estão intimamente ligados à Revolução Industrial processada na Inglaterra..., e retornemos à questão: os anglo-saxões, ou melhor, a Língua inglesa traduz seda como silk; sendo este tecido peça de um processo de impresão (screen) logo foi constituida a palavra composta silk-screen. Com a atividade industrial gráfica (graphic) em evolução, aliaram à técnica o tipo de processamento: estampagem gráfica em série, daí, resultou serial + graphic = serigraphic, palavra que na Língua portuguesa foi adaptada como serigrafia, mais em função da Cultura grega que lhe é base, também, do que da Língua inglesa. Ao contrário do que muita gente pensa e fala, não foi na Inglaterra e sim na Suiça que o desenvolvimento industrial do Tecido Serigráfico teve lugar, especialmente através das empresas ZBF e Sefar Inc.

Serigrafia. O que é?

A impressão serigráfica é um processo simples e popular. Basicamente, utiliza um quadro (ou caixilho) onde uma tela (ou tecido de seda, de nylon, de polyester, de metal fino) é segura segundo um determinado tensionamento uniforme -, tela que recebe uma camada de emulsão que, por sua vez, será o suporte da imagem (motivo) fotografada; revelada a imagem, os contornos desta ficam impermeabilizados, pelo que a tinta puxada pelo rodo penetra na área do que se quer estampar.

O processo serigráfico ganhou lugar de privilégio entre os gráficos que, por opção artística, tornaram-se também serígrafos; o que aconteceu também com alguns artistas plásticos que utlizaram-se, e utilizam-se, do método artesanal (manual) para reproduzirem trabalhos de rara beleza estética e com (poucas) cópias numeradas. Foi deste universo que profissionais do desenho industrial (design) e das artes plásticas projetaram um novo segmento a partir do processo serigráfico: a sinalização (sign) de vias públicas, eventos e frotas (automobilística, naval, ferroviária ou aérea) - era chegado o tempo da comunicação visual direcionada.

Por ser uma arte que transforma uma imagem em mensagem de fácil assilimação pelas massas, este processo serigráfico também se adapta com muita facilidade aos novos conceitos estéticos e maquinário industrial, seja ele mecânico ou eletro-eletrônico. Por isso, a serigrafia manual convive hoje com a mais moderma tecnologia de ponta que produz tecido pré-emulsionado, quadro fabricado com ligas metálicas altamente resistentes, a separação de cores para o processo quadricrômico por programa de computador (em alguns casos já foi extinta a figura do fotoliteiro), tintas especiais do tipo ultra-violeta (uv), impressoras de corte e recorte totalmente informatizadas (denominadas Plotter), o transfer com papéis cada vez mais sofisticados, a tampografia, etc, etc. A serigrafia tornou-se uma indústria de aplicações em muitos substratos com destaque para os substratos plásticos, os tecidos de algodão e a cerâmica, isto é, a serigrafia é basicamente um processo de estampagem que, em casos de superfícies irregulares, opera milagres estéticos... A partir do processo serigráfico foi desenvolvido na Alemanha o processo tampográfico - uma aplicação, manual e automática, que modernizou um outro segmento industrial: brindes.

Não basta dizer que a serigrafia é uma técnica de fácil assimilação. É preciso dizer que a serigrafia é uma técnica que permite desenvolvimentos artesanalmente assumidos e desenvolvimentos industriais com aplicação de tecnologias de ponta, quer em oficinas do tipo serigráfico, tampográfico ou têxtil. Em qualquer parte da Terra o processo serigráfico é sinônimo de desenvolvimento econômico e tecnológico sem perder a sua raiz de arte.

É com justiça, cremos, que afirmamos: Serigrafia - A Arte De Comunicar Com A Imagem!

(Pesquisa: João Barcellos. Banco de Dados: Image Informática e O Serigráfico, Internet e Imprensa serigráfica. CONTINUA NO PRÓXIMO NÚMERO)

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